sexta-feira, 18 de março de 2011

COMECON e o Pacto de Varsóvia

Qualquer acção por parte de um bloco durante o período da guerra fria teve uma reacção pelo bloco oposto, e como tal a criação do Plano Marshall e da Nato não foi excepção.
Surgia a necessidade de unir os países de leste a nível político e económico, assim em 1949 é fundado o COMECON – conselho de ajuda económica Mútua - pela União Soviética, Bulgária, Roménia, Checoslováquia, Hungria e Polónia. Sendo que os três últimos continuavam interessados nos planos norte americanos. Avistava-se uma abertura dos mercados e uma forte influência do Ocidente nestes países, algo impensável para Estaline, assim era necessário a criação de uma organização para manter estes países sobre o domínio soviético.
Este acordo tinha como objectivo estipular as trocas comerciais de produtos e matérias-primas, entre os estados-membros, assim como ajuda técnica e financeira.
As principais instituições financeiras do Comecon estavam sediadas em Moscovo: o Banco Internacional de Cooperação Económica e o Banco Internacional de Investimento.
O primeiro administra as contas bilaterais de compensação de pagamentos e os créditos a curto prazo para regularizar desequilíbrios entre os Estados-Membros. Por sua vez, o segundo assegura o financiamento multilateral dos investimentos e gere um fundo especial de ajuda económica aos países em desenvolvimento.
A unidade usada pelos estados-membros é chamada de “rublo transferível”, uma moeda de câmbio, fixada por acordo relativamente às moedas nacionais dos membros.
A entrada de novos estados-membros começou em 1950, com a entrada da República democrática Alemã, mais tarde, em 1962, a Mongólia e dez anos mais tarde Cuba, por fim o Vietname, em 1978. Por esta altura englobava grande parte dos regimes comunistas no Mundo.
Perestroika e o Fim do Comecon
A Perestroika – reforma de Mikhail Gorbachev – pretendia reforçar o poder do Comecon, contudo, Gorbachev comprometeu-se em muitas frentes, sobrecarregando assim a economia Soviética.
As medidas deste regime foram viradas para a abertura de mercado assim, em 1988, foi permitido aos países membros negociar com a Comunidade Europeia. Com a doutrina Sinatra foi permitido a cada país fazer as suas próprias decisões, esta doutrina de Gorbachev ditava o fim do Comecon.
Em 1991, os países do bloco de Leste diminuíram drasticamente, por fim a 28 de Outubro, em Budapeste, é declarado o desmantelamento do Comecon em 90 dias.


Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia foi uma aliança formada a 14 de Maio de 1955 pelos países de Leste Europeu e URSS, estabelecendo um compromisso de ajuda mútua em caso de agressão militar.
Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polónia, Checoslováquia, Roménia e Albânia, ao assinar o tratado, estavam agora sobre forte influência Soviética, opondo-se ao tratado do bloco antagónico, a NATO. A Jugoslávia não participou na aliança assinada na capital polaca, contudo manteve forte influência.
A Coreia do Norte foi um dos poucos estados não-europeus a participar. Manteve-se no entanto apenas como observador, assim como aconteceu com a China até ao rompimento de relações com Moscovo, em 1968.
O Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, conhecido como Pacto de Varsóvia, era liderado por uma comissão política, esta era composta pelos chefes de governo dos países-membros. Contava ainda com a frequente presença de ministros da Defesa, Chefes das forças armadas e membros dos Estados-Maiores. Esta comissão política era acompanhada por uma comissão militar consultiva, do Conselho de Secretários de Defesa e Estado Maior. Teve como primeiro comandante Ivan Stepanovich Koniev.
Esta comissão decidiu intervir em alguns conflitos militares bem como algumas revoltas que surgiram nos países membros.
Como no caso do Afeganistão, em que 6.200.000 soldados, 65 mil tanques, dois mil navios e 15 mil aviões estavam sob controlo da Aliança.
Em Outubro de 1956, o exército vermelho foi mobilizado para a Hungria com o intuito de acabar uma revolta anti-comunista. O mesmo se verificou mais tarde em 1968, durante a Primavera de Praga, quando invadiram a Checoslováquia, pois as reformas deste país estavam a destruir o socialismo Checo.
Segundo a doutrina de Brejnev – política militar externa da URSS- “quando as forças que são hostis ao socialismo tentarem alterar o desenvolvimento de algum país socialista para o capitalismo, tornam-se não só um problema do país em causa, mas um problema comum que afecta todos os países socialistas”. Considera-se que o Pacto de Varsóvia tenha sido, na prática, mais um instrumento de controlo soviético.
 Fim do Pacto de Varsóvia
Sem nunca se terem enfrentado num conflito armado, a oposição entre OTAN e Pacto de Varsóvia durou mais de 35 anos.
Este último começou a perder popularidade com a doutrina do líder soviética, Mikhail Gorbachev, que declarava que a doutrina de intervenção militar terminaria e os países membros poderiam escolher o pacto antagónico sem qualquer risco de invasão.
Aos poucos foram abandonando a aliança, até que a 1 de Julho de 1991 foi oficializado o fim do Pacto.
Os soldados Soviéticos estacionados por todo o leste europeu regressaram à sua pátria. Ainda que a Rússia tenha sido compensada financeiramente pela retirada das bases militares, via-se agora com um problema, o desemprego dos seus militares.
Em Março de 199 os antigos membros do Pacto de Varsóvia iniciaram a sua adesão à OTAN, sendo completada em 2004, quando os últimos aderiram.
Países do Pacto de Varsóvia

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